«Cuba» - a espera

>> segunda-feira, março 20, 2006


Varadero

Encostado ao carro que se encontrava estacionado na berma daquela rua escura, na penumbra olhava para o relógio nervosamente. A mala feita com algumas peças de roupa enfiadas sob da ânsia que sentia, começava a pesar-me na mão. Apesar do desconforto, não a largava, como se isso pudesse significar uma desistência.

A viagem que me esperava era o corolário natural daqueles últimos meses de vida moribunda, em que tinha incoscientemente entrado como investimento para uma liberdade que tardava em chegar.

O carro que levaria nessa viagem libertadora, da qual eu ainda não sabia o destino, tardava em aparecer e o telefone também não dava sinais de vida.

Não sabia que fazer.. Estranhamente os impacientes minutos cada vez mais longos, passavam cada vez mais rápido. O telefone na algibeira das calças continuava mudo. E eu não podia telefonar...

As esperas sempre me foram difíceis, sinto-as sempre como um tempo que não vivi. Esta era pior, vivia-a intensamente como nunca. Os minutos pesavam-me cada vez mais no braço cansado.

Uma hora de atraso...o telefone mudo...a mala insuportavelmente pesada. Foram sessenta minutos de um desespero que me tomava, sempre que um dos raros automóveis que bruscamente me iluminavam, não parava.

Pousei a mala no chão...

2 CLICKS:

xs 01:36  

... e o telefone tocou...

Anónimo 21:46  

E se o telefone n tivesse tocado?

SOBRE ESTE BLOG


JÁ FUI as minhas viagens escritas com luz natural em Itália, New York, Tunisia, Cuba, Paris, Turquia, Londres, Cabo Verde, Holanda... AGORA APENAS SOU.

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