Chuva

>> quarta-feira, dezembro 03, 2008


Fatima


Mozart - Requiem (Confutatis)


Mistério

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas...

Talvez um dia entenda o teu mistério...
Quando inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!

Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)

SOBRE ESTE BLOG


JÁ FUI as minhas viagens escritas com luz natural em Itália, New York, Tunisia, Cuba, Paris, Turquia, Londres, Cabo Verde, Holanda... AGORA APENAS SOU.

ESTÃO NESTE MOMENTO A OLHAR AS LUZES

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