«Cuba» - triste fado

Bodeguita del Medio - Havana

Buena Vista Social Club - Chan Chan


O povo que habita esta terra de sons e sorrisos, deveria ser um exemplo a seguir por nós os Lusos do fado triste, do pessimismo absoluto latente nos olhares que cruzamos diariamente, da inevitabilidade da desgraça enquanto futuro destinado para nós.
Carregamos ás costas um fardo de um passado que de tão glorioso, não nos permite que levantemos as costas e assumamos uma posse altiva ,dona e criadora do nosso próprio caminho cimentado por valores tão distantes como a coragem, a tolerância, o esforço e a honestidade. Sem passado, mas sim com um futuro...E se possível com um sorriso nos lábios...

Senti no povo Cubano, algo que ainda não senti em nenhum outro. Apesar da extrema pobreza em que vivem e dos artifícios que encontram para melhorar o seu nível de vida, sente-se na rua uma alegria de viver, um companheirismo vivido nas pequenas coisas, nas mesas do dominó ou na partilha do copo de rum.

A música é omnipresente e não apenas para “inglês ver”. Ela existe no Malecon ao fim da tarde nessa bela Habana frente á baía que esconde por detrás do mar o “Sonho Americano”, ela ouve-se nos bares da praia improvisando tambores nos tampos da mesa e na guitarra que sempre aparece, ela sente-se nos corpos sensuais das mulatas que dançam como que o seu nascimento tivesse sido ao som do Cha-cha-cha, do Son, do Mambo ou da Rumba...

A música, a dança e a alegria serão genéticos ? Estaremos condenados a ser o povo triste e sem esperança?

E já agora, uma “Cuba Libre” para acompanhar a música... tchim–tchim...